O número de biografias sobre artistas da música cresceu bastante nos últimos anos. Até gente com pouquíssimo tempo de carreira já foi biografada. Caso do Restart, que essa semana lidera a lista publicada pela revista “Veja” dos mais vendidos no Brasil, à frente até de livros sobre Keith Richards (dos Rolling Stones) e de Ozzy Osbourne.
As duas últimas obras do gênero que li fazem exatamente um contraponto entre oportunismo e conteúdo, que parecem ser os casos citados acima. “Vamos Fazer Barulho – Uma Radiografia de Marcelo D2”, de Bruno Levinson, saiu logo que o cantor teve um boom na mídia, e minha sensação foi de obra incompleta.
Por outro lado, “Nem Vem Que Não Tem – A Vida e o Veneno de Wilson Simonal”, de Ricardo Alexandre, vasculha a vida de um artista que já se foi e traz até fatos novos a uma história que parecia encerrada. Foram 10 anos de pesquisa, que renderam ao autor o Prêmio Jabuti 2010 na categoria.
Nada contra Restart, Justin Bieber e Amy Winehouse, para citar alguns que estão nas livrarias, serem também biografados.
Mas já que é tão difícil parar para ler um livro hoje em dia, recomendo que comece com ídolos que já se foram ou com lendas vivas incontestáveis, caso de Keith, Ozzy e até Lobão (que também está nas prateleiras).
Caso contrário, pode ter uma decepção como tive ao ler sobre D2. Às vezes, é melhor ficar só com a música.
Fatos sonoros
1953 – Ano de lançamento de “Sebastiana”, primeiro grande sucesso de Jackson do Pandeiro (foto), um dos mais importantes músicos brasileiros. Emplacou muitos outros, como “Canto da Ema” e “Chiclete com Banana”. Nos anos 90, foi redescoberto por artistas das novas gerações, como Lenine, e saiu do circuito da música nordestina para ingressar também no universo pop. Hoje, recebe homenagem no Som Brasil, da TV Globo. O próprio Lenine, Otto e a banda Cascabulho, entre outros, tocam suas músicas.
O interior é minha praia
Ainda no clima de inverno, Tapiraí, cidadezinha na Serra da Banana, que liga o litoral sul à região de Sorocaba, tem pousadas à beira de lagos e vegetação nativa com direito até a “visitas” de macacos nos chalés - se você der sorte. Um desses locais é o Encontro das Águas - lugar simples, sem muito luxo, mas com boa comida, sossego e, claro, frio. Se você procura um passeio a la Campos do Jordão, mas gastando bem menos, é o lugar.
World music
Em clima de Copa América, que este ano será na casa dos “hermanos”, vamos ouvir um tango? Sugiro não um tradicional, como Carlos Gardel (que também é ótimo), mas algo tipo Bajofondo Tango Club, Gotan Project, Tanghetto e Narcotango. Essa geração ajudou a colocar o gênero nas pistas atuais. Sim, eu disse nas pistas, já que todos têm como fórmula principal a mistura do som argentino com música eletrônica, passando pelo jazz. Muito legal!
Compartilhamento
Da safra anos 90 e 2000 de grupos ingleses, o que mais me chama atenção é o Radiohead. Tanto por seu som quanto pelas atitudes. Nos anos 90, “OK Computer” foi um dos CDs que mais ouvi. Tornou-se um marco daquela geração. Em 2007, os caras deram um tapa na cara da indústria fonográfica e colocaram as músicas do álbum “In Rainbows” em seu site para o público pagar quanto quisesse. Outro marco.
Essa semana, a banda disponibilizou uma música extra, “Staicase”, que ficou fora do disco “The Kings of Limbs”, lançado em fevereiro. Na verdade, trata-se de um vídeo ao vivo feito para um programa que irá ao ar pela BBC em julho. Gostei. Se ficou de fora, é de se esperar que o disco (que ainda não ouvi) seja melhor ainda. Acesse www.radiohead.com para conhecer a nova música.